Não somos bons o bastante para julgar
por: Antonio Júnior
Não somos bons o bastante para julgar. Será que o faminto pode acusar o mendigo? O doente zombar da enfermidade? O cego julgar o surdo? O pecador acusar o pecador? Não. Apenas Um pode julgar.
Não somos apenas indignos, somos incompetentes. Não sabemos o bastante sobre a pessoa para julgá-la. Condenamos um homem por cambalear pelas ruas nesta manhã, mas não vimos a pancada que ele levou ontem. Julgamos uma mulher por andar mancando, mas não podemos ver o prego em seu sapato. Zombamos do medo nos olhos deles, mas não fazemos ideia sobre quantas pedras já tiveram de se desviar.
Eles falam demais? Talvez tenham medo de ser ignorados outra vez. São muito tímidos? Talvez tenham caído na última vez que correram. Você não sabe. Somente alguém que tenha seguido os passos deles ontem pode ser o juiz. Não ignoramos apenas o ontem, mas também o amanhã. Ousaríamos julgar um livro antes que seus capítulos fossem escritos? Podemos dar nossa opinião sobre um quadro, enquanto o artista ainda segura os pincéis? Como pode você repudiar uma alma, antes que o trabalho de Deus seja completado? A Bíblia diz: “Estou convencido de que Aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6)
Cuidado! O Pedro que negou a Jesus na fogueira, esta noite, poderá proclamá-lo com fogo do Espírito Santo, amanhã, no Pentecostes. O Sansão que hoje está cego e fraco, pode usar suas últimas forças para demolir os pilares da impiedade. O pastor gago desta geração pode ser o poderoso Moisés da geração seguinte. Não chame Noé de louco, talvez você tenha de lhe pedir carona. “Portanto, não julguem nada antes da hora devida, espere até que o Senhor venha.” (1 Coríntios 4:5)
Um criminoso foi condenado à morte em seu país. Em seu último momento, clamou por misericórdia. Se ele houvesse pedido clemência ao povo, ela lhe teria sido negada. Se houvesse pedido ao governo, não lhe teriam cedido. Se houvesse pedido às suas vítimas, elas teriam tornado-se surdas. Mas não é assim com a graça de Deus. Ele se virou para o vulto ensanguentado, pendurado na cruz próxima a dele, e apelou: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino”. E Jesus respondeu-lhe dizendo: “Eu garanto: Hoje você estará comigo no paraíso” (Lucas 23:42,43)
Nas garras da graça - Max Lucado