Quem está salvo, pode se desviar?
por: Antonio Júnior
“Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” (2 Pedro 2:20-22)
Quem está salvo, pode se desviar? Esta pergunta todo cristão já fez em algum momento da sua vida. Diante dela, podemos ver que existem três posições. Alguns dizem que as pessoas citadas nesse versículo acima foram salvas, mas ao se desviarem, perderam a salvação. Eles baseiam sua opinião nesta passagem, observando que tais pessoas: 1) tinham um relacionamento com Jesus, 2) haviam escapado das contaminações, 3) depois se deixaram se aprisionar pelo “mundo” novamente, num estado pior que o anterior. Eles também entendem os resultados trágicos como razões pelas quais são tão importantes as advertências do Novo Testamento quanto a se desviar (Ver por exemplo: Gl 5:4, Hb 6:4-6).
Outros discordam e vêem a salvação como um dom irrevogável. Eles acreditam que as pessoas podem parecer salvas – sabem tudo sobre Jesus e o seu estilo de vida podem até melhorar. Mas segundo essa posição, essas mudanças são simplesmente superficiais e antes de mais nada, essas pessoas nunca se converteram realmente. Os que sustentam essa posição vêem uma diferença entre os cristãos verdadeiros e aqueles que simplesmente se interessam pelo cristianismo por algum tempo (Ver por exemplo: 1Jo 2:19, Rm 8:38,39).
Uma terceira interpretação reúne elementos dessas duas posições. Essa posição diz que alguns se desviam porque nunca foram sinceros na fé, ao passo que outros se desviam porque abandonaram a fé. A linha que divide essas várias opiniões parece depender da ideia que se tem da graça de Deus: as promessas de Deus são irrevogáveis ou dependem da nossa reação? Temos segurança eterna ou condicional em Cristo? Essas questões talvez nunca sejam respondidas enquanto estivermos nessa Terra.